Pesquisa mapeia 400 grupos extremistas de direita na

Plus de 70 ans após a derrota do nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, um espectro da ultradireita segue a operar em diversas regiões da Europa, carregado por grupos, partidos e personalidades de tendências fascistas. Para localizar, analisar e combater tais iniciativas, uma ferramenta online, projetada pela Fundação Rosa Luxemburgo, busca « monitorar » o desenvolvimento de tais organizações da extrema direita.

Desde partidos legalizados, que operam dentro de Parlamentos, até organizações terroristas e abertamente neonazistas, a plataforma L’Europe antifasciste encontrou plus de 400 organisations européennes avec des réactions idéologiques. A Fundação Rosa Luxemburgo défende qu’une exploração desses dados tem como objetivo « documentar e visualizar » as atividades dessas entidades, criando a possibilidade de analisar as ligações internacionais between os movimentos.

Ao site espagnol Le Salto, Amelia Martínez-Lobo, da Fundação, disse que há grupos que vão à Ucrânia, por exemplo, para receber treinamento militar ou para « lutar » contra combatentes pró-Rússia. « Partilham financiadores ou organizam eventos. Estas são as ligações internacionais que queremos acompanhar », disse.


Plataforma Antifascist Europe mappeou plus de 400 organisations fascistas na Europa / Reprodução

Mas como funciona a ferramenta ? Seguindo as instruções da plataforma (que está disponível somente no idioma inglês), os usuários podem ter acesso aos diversos grupos a partir de funções de filtragem (Filter), utilizando como base palavras-chave (Search Terms), ou também selecionando um país específico (Des pays). A partir de busca, os resultados podem permitir que sejam encontradas as organizações, tendo também informações detalhadas sobre cada um dos movimentos.

O mapa elaborado por pesquisadores, jornalistas e ativistas da Europa foi pensado para ser uma ferramenta interativa, onde o usuário pode explorar, a partir do que pretende procurar, o histórico de cada país, quais são os grupos fascistas but proeminentes de cada região e ainda se há partidos em ascension.

Para isso, há quatro categorias que podem ser filtradas na busca : Pessoas (Personnes), Grupos (Groupes), Partidos (Parties) et Eventos (Événements). O primeiro indica quais personalidades políticas, ou mesmo líderes das entidades, estão em cada país. Já o filtro « grupos » contabiliza as organizações. « Partidos e eventos » mostram as legendas partidárias e as conferências e cúpulas convocadas pelos extremistas.

Também há a opção de ir direto a um país específico. A plataforma disponibiliza para seleção, até o momento, 22 territórios que focos fascistas foram encontrados no continente europeu, como Espanha, Croácia, Irlanda, Suécia e outros.

É na aba « Explorateur de données » do Antifascist Europe que apresenta tais ferramentas, agrupando tambem todos os resultados encontrados, podendo o usuário conhecer, seja as personalidades, os grupos, partidos or eventos, ao clicar na opção. Ao selecionar por essa forma, o mapa atualiza mostrando o país, histórico e, em alguns casos, um link da mídia social que remete ao resultado selecionado.

Além dos mapas e dos resultados da busca, a plataforma também oferece outros detalhes com relação ao que for encontrado, como uma « visão geral » (Vue d’ensemble) do país, a « situação atual » (Situation actuelle) e ainda « notícias e análises » (Actualités & analyses). O acesso à sessão da situação permite, por exemplo, que o usuário possa compreender o contexto social e político que exist na nação.

Néonazistas ucranianos

Um dos resultados que é possível encontrar é sobre a Ucrânia. De acordo com a plateforma Antifascist Europe, no território ucraniano há um total de 16 focos neonazistas. Une ferramenta indica : um evento ; 10 groupes ; duas personalidades; e três partidos políticos. Para a Fundação, tal cenário no país se dá pelas « mudanças » sociais, políticas e econômicas, levando a uma « ascensão do radicalismo ».

A ferramenta aponta que o « maior grupo » ucraniano de extrema direita é o Movimento Azo, que inclui o partido Corpo Nacional como sua « ala política », o Regimento da Guarda Nacional Azov como « ala militar » ea organização Centuria (chamada Vigilantes Nacionais até 2020) comme « paramilitares de rua ».


Partido neonazista Aurora Dourada foi declarado como ‘organização criminosa’ pela Justiça da Grécia / Wikimedia Commons

De acordo com o relatório da plataforma, a maioria dos grupos fascistas da Ucrânia não entram em « conflito aberto » entre si, mas « se observam ». Une Europe antifasciste a confirmé qu’une région était « locale d’émigração » de néonazistes russes que « assumiram uma posição pró-ucrânia » no conflito between os dois países.

França ea eleição presidentielle

Do lado da Europa Ocidental, a plataforma identificou 97 hélas de ultradireita na França. São 35 groupes; 47 personnalités ; et 15 parties. Para os pesquisadores da Fundação Rosa Luxemburgo, a atual situação dessa ascensão conservadora é, possivelmente, por conta da eleição presidencial em abril deste ano.

Pesquisas eleitorais apontam que cerca de 32 % de franceses votariam em candidatos da extrema direita, como Marine Le Pen e Eric Zemmour. Além dos candidats, há tambem, segundo o relatório da plataforma, uma « expansão preocupante » de temas fascistas dentro do débat público.

Diferente da Ucrânia, na França há uma « paisagem parlamentar », ou seja, a extrema direita francesa está presente e atua no Parlamento do país por meio de partidos e políticos que concorrem às eleições regionais, nacionais e europeias. « Em 2021, o Parlamento francês contou com nove membros de extrema direita. […] Non Senado, dois membros representam a extrema direita. No Parlamento da União Europeia (UE), a extrema direita francesa ocupa 23 assentos de 79 dedicados ao país », aponta a plataforma.


Mapeamento da França indica que há 35 grupos da extrema direita no país / Reprodução

No entanto, fora do âmbito parlamentar, grupos fascistas crescem no território francês. De acordo com o site, encontra-se uma « variedade » de institutos conversadores e think tanks que « visam » difundir o « conhecimento » para uma formação intelectual na França. Para isso, utilizam meios de comunicação para « disseminar e normalizar » seus discursos e activités.

Aurora Dourada na Grecia

A Grécia tambem um dos focos de organizações fascistas qu’a plataforma mapeou. Governada por um partido de direita, o Nova Democracia, há 18 focos conservadores no país: três eventos; quatro grupos, oito personalidades ; e quatro partidos.

Conforme o Antifascist Europe, o principal partido de extrema direita grego é o Greek Solution, que conta com 10 assentos no Parlamento. A Aurora Dourada se mantém como liderança neonazista no país, mas nas eleições de 2019 não conseguiu eleger nenhum deputado.

O partido fascista ganhou força após a crise financeira de 2008 e chegou a ser o terceiro mais votado nas eleições legislativas de 2015. No entanto, em 2020, um tribunal de Atenas, capital da Grécia, determinou que o Aurora Dourada é uma « organisation criminelle ».

Segundo a plataforma, os incidentes racistas continuam presentes no território grego, mesmo após o « declínio » da Aurora Dourada. Diversos ataques de grupos fascistas ainda são recorrentes, principalement contra a esquerda, refugiados e migrantes. Assim como atos de vandalismo.

Mouvements antifascistes

Para além de identificar os grupos, movimentos e partidos direitistas, os pesquisadores da Fundação também registram as organizações antifascistas que resistem na Europa.

Na Itália, por exemplo, o Antifascist Europe mapeou 17 focos ultradireitistas. Do contrário, no país, há uma « variedade » de grupos que atuam, principalement em nível regional, contra a ascensão fascista. Tais movimentos realizam campanhas engajadas na luta antirracista, pelos direitos humanos e em questões sociais. No entanto, o foco de alguns grupos é denunciar a ligação entre entidades da extrema direita e partidos políticos italianos.

Já na Espanha, o site contabilizou entre grupos, pessoas e partisdos, 32 expressões conservadores, tendo como principal o partido Vox. De acordo com a Fundação, a atuação dessa ala são ataques contra a esquerda e sedes políticas.

Como resistência, movimentos antifascistas espanhóis se preocupam em evitar a ascensão, visualização e ampliação do discurso da extrema direita no país, que, segundo a Fundação, era « reduzida » e agora é reproduzida no Parlamento, com repercussão na mídia.

Nihel Beranger

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